Zoóloga de profissão, Bertha Maria Júlia Lutz é conhecida como a maior líder na luta pelos direitos políticos das mulheres brasileiras no século XX. Ela se empenhou pela aprovação da legislação que outorgou o direito às mulheres de votar e de serem votadas.
Nascida em São Paulo, em 2 de agosto de 1894, filha da enfermeira inglesa Amy Fowler e do cientista Adolfo Lutz, pioneiro da Medicina Tropical, Bertha foi educada na Europa, formou-se em Biologia pela Sorbonne (França) e tomou contato com a campanha sufragista inglesa.
Voltou ao Brasil em 1918 e ingressou por concurso público como bióloga no Museu Nacional, sendo a segunda mulher a entrar no serviço público brasileiro. Ao lado de outras pioneiras, empenhou-se na luta pelo voto feminino e criou, em 1919, a Liga para a Emancipação Intelectual da Mulher, que foi o embrião da Federação Brasileira pelo Progresso Feminino (FBPF).
Organizou o primeiro congresso feminista do país e, na Organização Internacional do Trabalho (OIT), discutiu problemas relacionados à proteção do trabalho da mulher.
Candidata, em 1933 a uma vaga na Assembleia Nacional Constituinte de 1934, Bertha não conseguiu se eleger. mas obteve a primeira suplência no pleito seguinte e acabou assumindo o mandato de deputada na Câmara Federal em julho de 1936, devido à morte do titular, Cândido Pessoa.
Sua atuação parlamentar foi marcada por proposta de mudança na legislação referente ao trabalho da mulher e do menor, visando, além de igualdade salarial, licença para gestantes e redução da jornada de trabalho.
Seu legado é lembrado até hoje. Criado pelo Senado Federal em 2001, o Prêmio Bertha Lutz foi instituído para contemplar anualmente mulheres e homens que tenham contribuído na defesa dos direitos da mulher e em questões do gênero no Brasil.
(Fonte: Agência Senado)